1.8.10

Abstinência

Aqui venho fazer uma confissão, sou um viciado, faço de tudo para me alimentar do meu vício. Quando fecho os olhos, só penso na minha droga, essa droga que me dá prazer, me enche o corpo, me sinto vivo, me sinto cheio, me sinto alegre, de bem com a vida, feliz, com vontade de correr, de pular, de gritar de felicidade. É como se fosse aquela sensação quando se tem quando você é uma criança, que vai descendo um morro de grama em cima de um pedaço de papelão, uma sensação de liberdade, tudo se intensifica, tudo fica mais gostoso de ser sentido. Sou um viciado, sem a minha droga, minha única droga, que não deveria se chamar droga, que deveria se chamar remédio. Pois é o meu remédio, é minha alegria, é quem me dá forças, preciso me alimentar de ti, meu remédio, com uma tarja roxa em volta, se chamando Bárbara, o meu amor, a minha gatinha, a minha linda, a pessoa que eu amo. Estou em abstinência, estou sentindo falta, meu corpo não parece mais ser o mesmo, meu sangue está pedindo, gritando para mim o teu nome, a minha mente só pensa em uma coisa, só pensa em quando vou te ter, vou te tomar, vou me saciar. Minha pele resseca de prazer, da falta que a tua substância faz comigo, minha boca fica seca, com sede da tua. Meus olhos se apagam, não tem o brilho que vem de você. Eu preciso de você, eu necessito, você é minha droga, você é meu remédio, você é meu sol, é a minha lua, é meu amor, é a minha vida, meu sorriso, minha felicidade, meu coração. Não me interne nunca, não me tire desse vício de te amar, de te querer, de te desejar, de te fazer fazer e de ser feliz, não me tire. Sou um viciado, sou um viciado em você, preciso dessa dose todos os dias, meu corpo, meu coração, eu, eu não aguento ficar sem.

A.

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